Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, fez declarações contundentes durante uma entrevista coletiva realizada em uma feira agroindustrial na cidade de Londrina, no norte do Paraná, nesta quinta-feira (11). Quando questionado sobre a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão e possíveis influências em sua liderança na Casa, Lira não poupou críticas ao ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de “desafeto pessoal” e classificou como “incompetente” na articulação política do governo Lula no Congresso.
Lira expressou seu descontentamento com o vazamento de informações do governo, atribuindo a Padilha a responsabilidade por essa ação. Além disso, destacou que a votação sobre a prisão de Brazão foi uma decisão individual de cada deputado, sem qualquer influência partidária.
Nos bastidores, especula-se que Lira tenha ficado contrariado com a suposta interferência do governo, em particular de Padilha, na análise do caso Brazão. O ministro havia declarado publicamente que o governo orientaria pela manutenção da prisão.
Lira criticou ainda a disseminação de mentiras por parte de membros do governo, que, segundo ele, prejudicam a relação entre os Poderes. Ele enfatizou que a análise da prisão de Brazão não afeta outras votações na Casa nem a eleição de seu sucessor.
Em resposta às declarações de Lira, Alexandre Padilha compartilhou um vídeo nas redes sociais no qual o ex-presidente Lula elogia seu trabalho na articulação com o Congresso, sem mencionar o presidente da Câmara.
Lira também abordou a votação sobre a prisão de Brazão, destacando a estreita margem de votos que resultou na manutenção da prisão como um sinal de que a Câmara está “incomodada” com as interferências do Judiciário. No entanto, ele ressaltou que a Casa não pode pré-julgar seus membros e que Brazão enfrentará processos no Conselho de Ética e na Justiça. O presidente da Câmara ainda enfatizou que essa votação não deve ser interpretada como um recado ao Supremo Tribunal Federal.
Em suma, as declarações de Arthur Lira refletem tensões políticas e mostram uma Casa legislativa atenta e sensível às relações entre os Poderes, especialmente em momentos de decisões delicadas como a manutenção da prisão de um deputado.