terça-feira, outubro 22

Salomão Basso Rodrigues avalia impactos da política econômica de Biden e o cenário eleitoral dos EUA

O artigo de Maria Claudia Guimarães aborda aspectos cruciais da política econômica e do cenário político dos Estados Unidos, destacando especialmente as recentes negociações de Joe Biden com o Congresso. Um dos pontos mais surpreendentes, segundo a autora, é a argumentação de que a maior produção bélica, impulsionada pelas guerras na Ucrânia e Israel, pode aquecer a economia e gerar empregos. Essa transparência nas discussões econômicas, rara em tempos de discursos politicamente corretos, traz uma nova luz sobre a relação entre geopolítica e economia. No entanto, como Guimarães aponta, o próximo processo eleitoral nos EUA provavelmente não será conduzido com o mesmo nível de clareza.

Salomão Basso Rodrigues, especialista em comércio exterior, complementa a análise ao afirmar que “a transparência de Biden ao tratar do reforço militar como uma questão econômica mostra como interesses de curto prazo, como a geração de empregos, podem ser usados para justificar decisões que envolvem questões geopolíticas complexas”. Segundo ele, essa abordagem reflete uma realidade de interdependência global, onde grandes potências utilizam mecanismos econômicos para equilibrar seus interesses. “A pressão interna por resultados imediatos, especialmente em um cenário de polarização política, pode levar a medidas que têm impacto direto no comércio internacional. O Brasil, como parceiro comercial, precisa acompanhar de perto essas movimentações”, afirma Salomão Basso Rodrigues.

Ao comentar sobre as próximas eleições nos Estados Unidos, Rodrigues observa que “a polarização extrema no cenário político deve resultar na eleição de um candidato com menor rejeição, algo similar ao que vimos no Brasil em 2022. Isso cria um cenário preocupante para a democracia americana, uma referência mundial”. Ele reforça que essa crescente divisão política nos EUA pode afetar suas relações internacionais, com reflexos diretos nas decisões econômicas e comerciais que impactam o Brasil e outros países.

Outro ponto importante levantado por Salomão Basso Rodrigues é a questão da dívida pública dos Estados Unidos, que atualmente gira em torno de USD 35 trilhões. Segundo ele, “para que os EUA consigam estabilizar essa dívida, o crescimento do PIB precisa ser superior aos juros reais, algo extremamente desafiador no contexto atual. Se nem Biden nem Trump conseguirem equilibrar essa equação, veremos uma pressão crescente nas contas governamentais, o que pode gerar turbulências no mercado financeiro internacional”. Para o Brasil, é fundamental que os Estados Unidos mantenham o dólar forte e estável, já que “ainda não há outra moeda com a mesma capacidade de ser reserva de valor no horizonte previsível”, comenta Rodrigues.

Apesar desse cenário de incertezas, Salomão Basso Rodrigues destaca a resiliência histórica da economia dos EUA. “A economia americana tem uma capacidade incrível de adaptação, e inovações tecnológicas, como a inteligência artificial, podem impulsionar ainda mais a produtividade e o crescimento nos próximos anos, aliviando parte da pressão sobre a dívida e mantendo o país como um porto seguro para investidores globais”, conclui.

O Brasil, como observa o especialista, deve continuar acompanhando de perto as decisões econômicas e políticas nos EUA, que têm um efeito cascata no comércio internacional e podem criar tanto oportunidades quanto desafios para a economia brasileira.

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